A VISITA

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Foto: Núbia Rodrigues

terça-feira, 21 de setembro de 2010

ARTIGO - SOBRE A IDIOTICE


Na antiguidade grega, a palavra idiota significava a pessoa que estava alheia às questões do estado, ou seja, as que, por conseqüência da organização social daquele povo, não participavam do processo democrático. Esse sentindo evoluiu, coerentemente, para alienado e hoje engloba uma série de sentidos que definem uma espécie de pessoa que pouco contribui, mas muito atrapalha o processo de evolução social.
As muitas barbáries humanas, como assassinatos, estupros, roubos, terrorismos assustam, destroem e ferem. As tragédias naturais extinguem países e mesmo, civilizações inteiras. Porém, as pequenas barbáries cometidas no dia a dia por conseqüência da idiotice são piores, porque levam, não só à violência física, mas à violência mental, às doenças graves do corpo e do espírito.
E se na antiguidade os idiotas não tinham vez no processo democrático, hoje eles interferem com suas mãos devastadoras e transformam o diálogo em autoritarismo. E tentam transformar o mundo no universo vil a que estão habituados. O idiota de antes não carregava consigo toda a carga destrutiva que o de hoje possui.
Problemáticas sociais e individuais como analfabetismo, fanatismo, inveja, medo, impaciência prejudicam a vida em sociedade. Mas a pior problemática é a idiotice, porque o idiota é surdo por opção e só escuta e entende o que seu nível de capacidade mental e arrogância são capazes de apreender.
O idiota é cego por seleção. E só enxerga o que lhe convém, e usa a visão deturpada sempre para prejudicar, subjugar ou manipular alguém. Os sentidos do idiota estão sempre com direcionamento depreciativo. Desde o tato ao paladar. Pois não sente outro gosto, senão o da desgraça alheia, não toca em algo senão para danificá-lo
De todos os vermes e cânceres que atingem a humanidade, a idiotice é a pior das dores. De todos os problemas sociais e todas as misérias, a idiotice é a mais agressiva. Porque o idiota adultera o ambiente em que habita. Ele agrega todos os sentimentos corruptos, pobres e podres, todas as misérias, todas as moléstias que permeiam o espírito humano.
O idiota é o mais ordinário dos ignorantes, porque, na sua idiotice, não se compreende ignorante, mas sabedor daquilo que não é capaz de assimilar. O idiota é um ser corrosivo, nocivo por natureza. A idiotice é uma doença tão grave, que qualquer esperto, mesmo cético diria: Deus me livre da idiotice.
Núbia Rodrigues

2 comentários:

  1. Núbia, to fazendo a divulgação do meu blog pra galera de Vilhena, passa lá e se vc curtir divulga pro seus amigos!

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  2. Na antiguidade grega, a política era a atribuição humana por excelência. Ética e política não eram coisas independentes como acontece hoje, logo, a política era pertinente apenas à aristocracia. Para as classes trabalhadoras, serviçais, o mais próximo que chegavam de qualquer ato político era quando frequentavam a àgora, que pouca política produzia servindo mais como palco para auto-promoção dos sofistas. A política era então ofício dos homens virtuosos e livres, o que é uma perspectiva bastante excludente para se invocar nos dias de hoje. Acontece que o mundo tornou-se idiota todos os aspectos, basta olhar ao redor, ler um jornal, assistir TV por 5 minutos, se você aguentar, andar pelas ruas com o senso crítico à frente, prestando atenção ao redor. O que se faz nas urnas é apenas reflexo da banalização do sentido do ser humano, ontológicamente ou em relação. A orientação é capitalista, logo, ganhar dinheiro e consumir é tudo o que esse povo quer... Quem liga pra política? Tiririca, humorista e profeta às avessas que o diga: Pior que tá, fica sim, já ficou!

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