Um parangolé da paz dança no vento
Eu e meu país nos descobrimos iguais
Enquanto tento seguir os rastros da multidão
Me vejo perdido
Eu perdido como meu país
Estendo os braços para um céu sem nuvens
O céu do meu país
Que quando mal tinha o que oferecer furtava de outros
Eu que não furto tenho as mãos vazias estendidas ao ar.
Um parangolé da paz baila no vento
Com suas cores encanta
Como um hino de louvor
Mas quem o vê?
Não eu que tenho olhos fixos
Sempre em direção contrária a que vou seguindo se dar por conta
Eu e meu país nos encontramos num intervalo
Ele cuja história se deturpou e se perdeu
Eu, cujo espelho não reflete senão rugas e imperfeições
Nos encaramos sem pudor
E contemplo minha miséria no seu sorriso sem dentes
E contemplo minha dor no seu olhar de festa
Minha fome registrada em suas
Matas densas
Seus números me decodificam
Suas verdades me sugerem
Suas razões me condenam
E sou o meu país em carne e osso
E em osso e carne meu país se derrama como um rio
Nossas cores se misturam e se dividem
Nossas vozes se confundem e se completam
Uma multidão caminha e é só um
Um parangolé da paz se esvai no vento.
Parabéns minha nobre amiga pelo Blog e principalmente por mostrar a verdade "nua e crua" do nosso País.
ResponderExcluirUm abraço e vamos estar aqui colaborando, lendo e adorando a bela poesia e textos dque brotam da sua pena (ou seria teclado? rsrsrs).
Bjs.
João Paulo das Virgens
Núbia, muito atual e vibrante este seu poema. De fato nosso país tem muitas cores, hora conflitantes, noutros momentos empolgantes. Parabéns por tão belo trabalho!
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