A VISITA

A VISITA
Foto: Núbia Rodrigues

domingo, 13 de maio de 2012

SOBRE O DIA DAS MÃES

E era dia do operário de construção. Dia do fotógrafo, do padeiro, do dentista, do professor. Coisa fantástica é ser todas essas profissões, homens máquinas que produzem em série cuidado, objetos ou conhecimento. E achei normal um dia para representá-los. Mas, o dia de hoje é mais do que ser de profissão, ou está longe das ciências exatas, é para quem possui uma ciência comum: ser mãe.

Mas, mãe?! É tão natural sê-lo! Sê-lo uma ou muitas vezes. Biológica ou de criação. E é necessário um dia especial para comemorar, divertir, presentear as doces ou amargas senhoras que repetem a eterna circunferência da vida e fazem com que o mundo continue a girar?! Que aprendem de maneira mística, divina talvez, a fórmula certa para perpetuar o amor?!

Mãe, nome cuja nasal o torna musical. De uma musicalidade suave. E faz indagar: como compreendem sentimentos turbulentos? Como lidam com as ausências? Como sabem ser tristes, mesmo quando felizes? E como sabem amar, mesmo quando odeiam?
Como são protetoras... Como cadelas e gatas que defendem suas crias com garras e dentes. Na natureza pura, esse amor não é menor. Mas, é amor ou instinto? E seria o amor instintivo?

Como sabem libertar e encontrar a beleza onde quer que seja.
Mas, Mãe?! É tão simples sê-lo.
Sim. É um simples e complexo selo. Um símbolo de amor profundo.
E só faz notar como as coisas mais sonhadas e lindas são as mais triviais. Mãe, todo mundo tem uma, ainda que invisível, imaginável, distante ou desconhecida... Mãe é o critério básico para existir a vida na maioria das espécies. Na nossa espécie é assim. Por isso reservar dentro de 365 dias um só para prestigiá-la.

E há que se pensar em virgem mãe, em terra mãe ou outras formas de maternidade cuja arte fundamental consiste em nos dar a vida.
Dar-nos a vida! De que maneira inconsciente, despretensiosa e instigante ela possui essa magia de dar a vida? E não seria Deus esse progenitor. Mas, se a vida é fruto de um ventre feminino e todas as analogias feitas à vida a isso se referem, então, Deus seria uma bela senhora de olhos doces e varinha de goiabeira na mão?

Um comentário:

  1. Nunca discuti o sexo dos anjos mas o uso da figura masculina também me parece equivocada quando se trata da Criação. Concordo com você, Núbia. Com ou sem varinha de goiabeira na mão.

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